terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mais que uma soma

É. Coisas acontecem. Estava eu, um dia desses, por acaso, na página de recados de Artur Ribeiro no Orkut, quando me deparei com uma singela imagem da violoncelista carioca Fernanda Monteiro e do músico e produtor baiano Luisão Pereira, feita pela fotógrafa Mbeni Waré. Fernanda, em primeiro plano, abraçada ao seu violoncelo. Luisão, um pouco atrás, acompanhado de uma guitarra. No fundo, uma parede laranja, com uma luz maravilhosa, e ambos com um semblante sereno, típico de quem ajudou a lapidar o mundo, doando o que se tem de melhor.

A imagem era um link para a página no myspace do Dois em Um – projeto belíssimo desenvolvido em casa pela dupla, que costumo definir como melancolia passeando do céu, suspensa por delicados balões de gás. Fernanda surpreendeu a todo mundo, inclusive a si mesma, quando assumiu os vocais e descobriu que, além de dar vida ao cello, podia tocar o coração das pessoas com sua voz macia, doce, suave, mas de muita personalidade, e seu jeito tímido e meigo de cantar, que já lhe renderam comparações à musa da Bossa Nova, Nara Leão. Já Luisão, que também participa com voz, se encarregou dos arranjos e da execução de todos os instrumentos, incluindo guitarras, baixo, violão teclados e programações.

O projeto já conta com cinco músicas, duas delas feitas unicamente por Luisão e outras três em parceria com o compositor e músico Mateus Borba. As canções evocam influências diversas, que vão de Radiohead a João Gilberto, passando por Andrew bird, Stereolab, Massive Attack, Kings of Convenience, Cocorosie, Paris Combo, Air, Belle and Sebastian, Cat Power, Cibelle e Joana Molina, mas sempre com a marca bem pessoal do duo. Adoro todas elas, com destaque para “Eu sempre avisei” - uma mistura de Roberto Carlos com Portishead que me faz perder o ar; e para “E se chover?” - lançada recentemente e cujo arranjo, com direito a metais, xilofone e fanfarra, sem falar da melodia, coloca o Dois e Um no seu momento máximo até agora.

Considero a minha melhor descoberta de 2007. E sou grata a eles por isso.

9 comentários:

david santos disse...

Olá, Silvana!
Venho aqui para te agradecer a postagem, que gostei muito, como a forma fácil e compreensiva do teu escrever.
Parabéns

Fernandamonteiroc disse...

:)))))
vc é mais que uma fofa...
e toda vez que eu entro aqui, ouço uma coisa de arrasar nessa last... outro dia foi um tal de final fantasy, se não me engano... que coisa maravilhosa!!!
hoje teve pedrão lá no portela café... mas tive que trabalhar à tarde e nem me animei muito... bora fazer algo no fim da semana?

Marcos Rodrigues disse...

Oi Sil, parabéns pelo blog. Tá mesmo a sua cara. E o Dois em Um é um belo trabalho. Espero que continuem. Bj!

Marcos

Yara Vasku disse...

É, pelo jeito, temos mais um blog interessante para acompanhar. Força e alegria, amiga, pra tudo o que vier. Yara

artur disse...

Está lindo Sil. E seus comentários são totalmente relevantes e certeiros. Parabens!

Anônimo disse...

Descobrir é sempre uma experiência intransferível. Mesmo que aquilo que foi descoberto já seja notícia velha para uns, a gente sempre singulariza a descoberta, torna única, cria significados. Tudo acaba ganhando as cores que escolhemos dar a essas pequenas descobertas.

Beijão

Jana.

Marcos Rodrigues disse...

Oi Sil, vou aproveitar aqui o espaço para avisar que a Theatro de Séraphin toca este sábado na Pça Tereza Batista, no Pelourinho, dentro da Feira Hype intinerante. Tem ainda Los Canos e Vandex. Tudo começa por volta das 16h e é de graça :)

http://img508.imageshack.us/img508/1899/theatrodeseraphinfeirahjt5.jpg

Unknown disse...

Oi Silvana! Tem inclusive uma comunidade Dois em Um. Vale a pena participar!
Bjs,
Margot

Pondé disse...

Luisão é meu vizinho em Salvador desde que eu era guri. Figura talentosíssima!